Na próxima sexta-feira (2/10), às 16 horas, “Quarentena ao Vivo” recebe neurocientista e neurologista envolvidos em pesquisas sobre o tema

Acontece na próxima sexta-feira (2/10) nova edição do projeto “Quarentena ao Vivo”, com o debate intitulado “Cérebro e Covid-19: O que já sabemos sobre impactos neurológicos da infecção”. A conversa, a partir das 16 horas, contará com a participação de Fernanda Barros-Aragão, pesquisadora na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em projeto que busca justamente compreender esses impactos, e Felipe Von Glehn, docente da Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília (UnB) que coordena estudo multicêntrico com pacientes que apresentaram sintomas neurológicos da Covid-19.

Desde o início da pandemia, sintomas neurológicos associados à Covid-19 foram sendo registrado e, hoje, sabe-se que vão de quadros mais simples, como dor de cabeça e a recorrente perda de olfato e paladar, até acidentes vasculares encefálicos e outras situações graves. No entanto, como quase tudo em relação a uma doença tão nova quanto à Covid-19, muitas questões ainda restam, como a causa desses sintomas, que pode ser a própria infecção dos tecidos do sistema nervoso pelo vírus ou efeitos da resposta inflamatória do organismo, e quais serão as consequências de longo prazo dos quadros que vêm sendo observados.

Nesta edição de Quarentena ao Vivo, a ideia é conhecer as pesquisas realizadas por Barros-Aragão e Glehn e, também, apresentar questões que nos ajudem a compreender o que já se sabe sobre o tema e como a Ciência vem buscando desvendar o que ainda permanece como mistério.

Barros-Aragão, pesquisadora de pós-doutorado junto ao Laboratório de Investigação da Doença de Alzheimer do Instituto de Bioquímica Médica da UFRJ, tem trajetória de pesquisa voltada aos mecanismos moleculares por trás de disfunções cognitivas e emocionais associadas a infecções, quadros inflamatórios e doenças neurodegenerativas. No pós-doutorado, está desenvolvendo novas abordagens nanotecnológicas para investigar os efeitos da Covid-19 sobre o sistema nervoso. A pesquisadora também tem um compromisso com a divulgação científica, e é uma das responsáveis pelo podcast Neuropod (www.neuropod.com.br), que aborda diferentes temas em Neurociências.

Já Glehn, médico neurologista, coordena estudo envolvendo os hospitais Universitário de Brasília (HUB) e Sírio Libanês que acompanhará por um ano pacientes que apresentaram sintomas neurológicos da Covid-19, com coleta de material biológico e análises clínicas. A pesquisa busca justamente compreender os mecanismos de ação do novo coronavírus no cérebro, ou, em outras palavras, se é o próprio vírus que prejudica os neurônios ou se são as células do nosso organismo se defendendo do vírus que acabam matando também essas células nervosas. Além dos dois hospitais de Brasília, o estudo multicêntrico acontece também em instituições de São Paulo (Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo, Instituto de Infectologia Emílio Ribas e Hospital Israelita Albert Einstein) e Fortaleza (no Hospital Geral de Fortaleza).

“Quarentena ao Vivo” é uma realização do Laboratório Aberto de Interatividade para a Disseminação do Conhecimento Científico e Tecnológico (LAbI) da UFSCar. O projeto é um desdobramento do podcast Quarentena, produzido pela equipe do LAbI e veiculado diariamente há mais de seis meses. As conversas do “Quarentena ao Vivo” são transmitidas pelas redes sociais do LAbI – Facebook e canal ClickCiência no YouTube –, sem necessidade de inscrição ou limite de vagas, e as pessoas participantes podem interagir com os convidados durante a live por meio de comentários nessas redes sociais.

“Quarentena” e “Quarentena ao Vivo” têm o apoio do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) e do Centro de Inovação em Novas Energias (CINE), ambos centros de pesquisa vinculados à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Além deles, o LAbI também já produziu mais de 100 vídeos de divulgação científica no contexto da pandemia, e toda essa produção pode ser conferida no site do Laboratório, em www.labi.ufscar.br.