O diabetes mellitus pode acelerar o declínio cognitivo em pessoas idosas, especialmente nos homens. Foi o que constatou um estudo irlandês, resumido em um artigo publicado na revista Diabetes Epidemiology and Management. A doença tem sido associada ao risco aumentado de desenvolver todos os tipos de demência, o que foi reforçado pela pesquisa.

O estudo acompanhou 3.687 pessoas com 50 anos ou mais ao longo de seis anos. Segundo Márcia Regina Cominetti, docente no Departamento de Gerontologia (DGero) da UFSCar e primeira autora do artigo, seus resultados provavelmente podem ser extrapolados para o Brasil, onde a população considerada idosa (acima de 60 anos) deve duplicar até 2050.

Além do impacto na cognição, o diabetes mellitus possui várias outras complicações, como problemas vasculares, problemas na visão que podem levar à cegueira e lesões renais. Segundo Cominetti, o artigo “pode estimular políticas públicas de prevenção ao diabetes e, consequentemente, das demências.”

A pesquisa teve a participação também de Henrique Pott Júnior, docente no Departamento de Medicina da UFSCar, que realizou uma minuciosa análise estatística; Cristiane Cominetti, do Grupo de Pesquisa em Genômica Nutricional (GPGEN) da Faculdade de Nutrição da Universidade Federal de Goiás (UFG); Roman Romero-Ortuno, professor na Escola de Medicina da Trinity College Dublin, Irlanda; e de Raquel Gutiérez Zúñiga, do Global Brain Health Institute (GBHI), também do Trinity College. Atualmente, Márcia Cominetti realiza pós-doutorado no Trinity College Dublin, atuando em um programa do GBHI que se dedica a proteger as populações envelhecidas contra ameaças à saúde do cérebro em um esforço coletivo dedicado a populações em todo o mundo.

A série Fique Sabendo é uma parceria entre o LAbI UFSCar e o ICC (Instituto da Cultura Científica William Saad Hossne).