
Batizado em 1783 por Lavoisier – do grego “hidro” e “genes”, significando gerador de água –, o hidrogênio é o elemento menos denso e o mais abundante no Universo. É altamente explosivo; esteve presente em grandes explosões, como nos acidentes de Chernobyl e no lançamento do ônibus espacial Challenger. Mas também é a grande esperança na produção de energia limpa, pois sua combustão libera muita energia, gerando como resíduo somente água. Alguns dos desafios para utilizá-lo são a sua obtenção – já que é raro como elemento livre na Natureza – e, principalmente, o armazenamento e o transporte seguros.
Massa atômica: 1,008 u || Estado padrão: Gás || Grupo: Não Metal
Único elemento identificado primeiro fora da Terra, no Sol; depois, foi encontrado em minerais de urânio e, também, em poços de gás natural, de onde é extraído até hoje. Tem o ponto de ebulição mais baixo conhecido e, por isso, é usado como líquido refrigerante em dispositivos baseados em materiais supercondutores (como os aparelhos de ressonância magnética). Sua densidade é menor que a do ar, sendo usado também em balões, sem o risco de explosão do hidrogênio. Em 1913, Heike Kamerlingh Onnes recebeu o Prêmio Nobel de Física por ter sido o primeiro a liquefazer o hélio!
Massa atômica: 4,003 u || Estado padrão: Gás || Grupo: Gás nobre
Identificado em 1817, pelo sueco Johan August Arfwedson, ao analisar a petalita, um mineral descoberto em 1790 pelo brasileiro José Bonifácio de Andrada e Silva! É o metal menos denso – tem só metade da densidade da água – e, altamente reativo, não é encontrado livre na Natureza. Suas aplicações são as mais variadas, indo de medicamentos psiquiátricos às pilhas e baterias. A combinação de sua baixa densidade e seu potencial eletroquímico favorece a miniaturização de baterias e, assim, usos como o que é feito em marcapassos.
Massa atômica: 6,941 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal alcalino
A maior parte dos metais não são utilizados em seu estado puro, mas sim em ligas metálicas. A principal aplicação do berílio é em ligas de cobre, para aumentar a resistência. Além do emprego em reatores nucleares e em ferramentas que não produzem faíscas, dentre outros, o berílio está em várias aplicações na fronteira da Ciência: ele integra, por exemplo, os espelhos do telescópio espacial James Webb – com previsão de lançamento em 2021 – e componentes do maior acelerador de partículas do mundo, o LHC. Uma curiosidade é que o berílio está em pedras preciosas como a esmeralda e a água-marinha, mas também é muito tóxico se inalado.
Massa atômica: 9,012 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal alcalino-terroso
Elemento encontrado na Natureza somente na forma de minérios, dentre os quais o bórax. Derivados de boro têm grande variedade de aplicações na indústria, dentre elas em vidros especiais, resistentes a grandes variações de temperatura, usados na cozinha e em laboratórios (chamados de Pyrex, sua marca registrada). Também têm ação antisséptica – como na água boricada –, inseticida – especialmente contra as baratas –, além do boro produzir a cor verde em fogos de artifício. Tem papel biológico importante, especialmente para as plantas. Em 1979, Herbert C. Brown recebeu o Prêmio Nobel de Química pelo desenvolvimento do uso de compostos contendo boro como reagentes na síntese orgânica.
Massa atômica: 10,811 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Semimetal
Conhecido desde a Antiguidade, o carbono está na base da vida na Terra, mantida pelo ciclo do carbono: CO2 expirado por animais é absorvido pelas plantas e, através da fotossíntese, transformado em carbono e em oxigênio, que volta para a respiração dos animais. Sua capacidade de se conectar consigo mesmo e com praticamente todos os outros elementos da tabela periódica em longas cadeias faz com que sejam mais de 3 milhões os compostos derivados do carbono. Tem várias formas alotrópicas, naturais (grafite e diamante) e sintéticas (fulerenos, grafeno, nanotubos, nanoespumas). É tão importante que uma área inteira da Química é dedicada a ele: a Química Orgânica.
Massa atômica: 12,011 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Não metal
O nitrogênio – geralmente encontrado como N2 – é um gás incolor, inodoro, insípido e, em condições normais de temperatura e pressão, inerte, ou seja, que não reage com outras substâncias. Por isso, umas de suas aplicações é justamente como atmosfera inerte, que evita reações indesejadas. Também é usado como líquido refrigerante, e é muito importante na fabricação de fertilizantes. Isto porque o nitrogênio é usado pelos seres vivos na produção de moléculas essenciais à sua existência, como proteínas e aminoácidos. Assim, o ciclo do nitrogênio – processo pelo qual ele circula entre a atmosfera, plantas, solo, oceanos e animais – é um dos mais importantes para os ecossistemas.
Massa atômica: 14,007 u || Estado padrão: Gás || Grupo: Gás
Elemento mais abundante na Terra, é essencial à vida em suas duas formas alotrópicas, O2 e O3. A molécula diatômica de oxigênio – o O2 – é essencial na respiração celular e na fotossíntese, sendo assim indispensável à existência da grande maioria dos organismos vivos. Já o ozônio – O3 –, quando na alta atmosfera, nos protege das radiações ultravioletas; próximo à superfície do Planeta, no entanto, é um poluente perigoso. O oxigênio é muito reativo: ele reage com quase todos os elementos químicos, originando diversos compostos, sendo o mais comum a água (H2O).
Massa atômica: 15,999 u || Estado padrão: Gás || Grupo: Não metal
É o elemento conhecido mais reativo que existe e, talvez, também um dos mais controversos. A fluoretação da água e a adição em cremes e outros produtos dentais diminuiu drasticamente a incidência de cáries em todo o mundo; hoje, no entanto, não existe consenso sobre níveis seguros para o consumo de flúor. O flúor também é usado em gases refrigerantes: os CFCs – grandes responsáveis pela destruição da camada de ozônio – e os HFCs – que vieram substituí-los, mas também devem ser banidos em breve, por contribuírem para o aquecimento global.
Massa atômica: 18,998 u || Estado padrão: Gás || Grupo: Halogênio
A principal aplicação do neônio é nos painéis publicitários conhecidos como neón, por emitir luz avermelhada quando submetido a uma descarga elétrica (painéis de outras cores, apesar de também serem chamados de neón, são preenchidos por outros gases). Já foi comum como iluminação em leitores de códigos de barras, mas foi substituído por opções mais baratas. Junto com o hélio compõe um laser que tem sido utilizado, por exemplo, em pesquisas para a cicatrização de feridas.
Massa atômica: 20,183 u || Estado padrão: Gás || Grupo: Gás nobre
O sódio é um metal macio, leve, ligeiramente prateado, que reage rapidamente com o ar e violentamente na água (produzindo chama ao inflamar o hidrogênio liberado). Seu composto mais comum é o sal de cozinha, importante para os organismos vivos pois, dentre outros processos, controla o equilíbrio de água (junto com o potássio). Em excesso, no entanto, é prejudicial. Outro composto conhecido é o bicarbonato de sódio (NaHCO3), mas o carbonato de cálcio (Na2CO3) e o hidróxido de sódio (NaOH) também são essenciais como matérias-primas de vários produtos industriais. Está presente na iluminação pública, nas lâmpadas de vapor de sódio.
Massa atômica: 23 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal alcalino
A aplicação industrial principal do magnésio é em ligas com outros metais, principalmente alumínio e cobre, formando materiais leves e muito resistentes usados em aviões, carros, equipamentos como celulares e laptops, na construção civil, dentre outros produtos. Menos conhecida talvez seja a sua presença na pedra sabão (como silicato de magnésio), matéria prima das esculturas de Aleijadinho. Integra a molécula de clorofila, pigmento verde essencial à existência das plantas, e é um nutriente importante também para a vida animal, incluindo os seres humanos.
Massa atômica: 24,305 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal alcalino-terroso
O alumínio é um dos elementos metálicos mais abundantes na Terra e, também, o mais utilizado (junto com o aço, que é uma liga de ferro). São várias as características que o tornam apropriado a uma imensa variedade de aplicações: leveza, facilidade de usinagem, condutividade elétrica e resistência, dentre outras. No entanto, não é encontrado livre na Natureza, e a extração a partir de seu principal minério – a bauxita, da qual o Brasil é importante produtor – exige grande quantidade de energia (eletricidade), o que aumenta a importância do uso racional do alumínio (incluindo sua reciclagem). Compostos de alumínio incluem pedras preciosas e semipreciosas, como rubis, safiras e topázios.
Massa atômica: 26,981 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal
O silício está presente na argila, granito, quartzo e areia, geralmente na forma de sílica (SiO2) e silicatos (compostos com metais). É o principal componente de vidros, cimentos, cerâmicas e silicones. Suas propriedades semicondutoras – junto com o fato de ser abundante e barato – resultaram na revolução que transformou a forma de ver e estar no mundo, com o advento dos transistores, chips e vários outros componentes de circuitos eletrônicos que estão na base de dispositivos como os computadores e smartphones. Também está presente nas fibras ópticas que conectam esses dispositivos, além do mercado fotovoltaico (células solares). Por isso, a região na Califórnia (EUA) que concentra as maiores empresas de tecnologia do Planeta é chamada de Vale do Silício.
Massa atômica: 28,085 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Semimetal
Do latim “phosphorus” – fonte de luz –, é o elemento que está na caixa de fósforos, onde riscamos o palito, e não na sua ponta, onde encontramos enxofre. É essencial aos seres vivos, como componente importante da estrutura celular, de tecidos nervosos, ossos, nas moléculas de DNA e RNA e, também, nas ATPs, essenciais ao processo de produção de energia nas células. Suas aplicações são muitas, indo de artefatos pirotécnicos a produtos de limpeza e refrigerantes a base de cola, mas a maior parte é utilizada na produção de fertilizantes, para o crescimento das raízes, junto com nitrogênio e potássio, dentre outros ingredientes.
Massa atômica: 30,974 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Não metal
Puro, é insípido e inodoro: o característico cheiro de “ovo podre” vem de compostos de enxofre com oxigênio e hidrogênio. É o elemento com maior número de formas alotrópicas, ou seja, que forma diferentes substâncias simples a partir de diferentes estruturas. É essencial à vida, presente em muitos aminoácidos, mas também é um dos componentes da chuva ácida, junto com o nitrogênio. A alta concentração de enxofre na atmosfera – que acarreta a chuva ácida, um problema ambiental – deriva do uso de combustíveis fósseis. Dentre as várias aplicações do enxofre estão fertilizantes e cosméticos, além do uso do ácido sulfúrico (H2SO4) em baterias, na produção da pólvora e da borracha.
Massa atômica: 32,065 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Não metal
Por ser muito reativo, não é encontrado em estado puro na Natureza, e sim em compostos, principalmente o cloreto de sódio, NaCl, nosso sal de cozinha. Em condições normais de temperatura e pressão, é um gás (Cl2) com cheiro forte característico e cor amarelo-esverdeada (daí o seu nome, do grego khlorós, esverdeado). O Cl2 é um gás irritante e tóxico e, por isso, foi usado como arma química. Por sua ação bactericida e antifúngica, é usado no tratamento da água para torná-la potável – e em piscinas – e, também, em compostos desinfetantes familiares como a água sanitária (NaClO, hipoclorito de sódio) e o líquido de Dakin (solução antisséptica). Outra aplicação importante é o branqueamento de papel.
Massa atômica: 35,453 u || Estado padrão: Gás || Grupo: Halogênio
É o gás nobre mais abundante na Terra e foi o primeiro a ser descoberto e isolado no nosso planeta – já que o hélio foi descoberto no Sol. Os dois – argônio e o hélio – indicaram a falta de toda uma classe de gases na tabela periódica. É aplicado como ambiente inerte na indústria e na prática científica, para evitar reações químicas indesejadas. Um exemplo extremamente relevante nos dias atuais é a necessidade de uma atmosfera protetora para o crescimento de cristais semicondutores, como os de silício. Também está presente em lâmpadas incandescentes e fluorescentes. Outras aplicações são em airbags e em extintores para ambientes com equipamentos delicados – como computadores – ou acervos frágeis – como nos museus.
Massa atômica: 39,948 u || Estado padrão: Gás || Grupo: Gás nobre
Essencial à vida de plantas e animais, no corpo humano está presente no mecanismo conhecido como bomba sódio-potássio, envolvido nos processos de contração e relaxamento muscular e de envio de impulsos nervosos. Também é parte de uma sigla muito conhecida, mas talvez pouco compreendida: NPK que, seguida de três números, indica a proporção em fertilizantes dos três principais macroelementos importantes para todas as plantas: nitrogênio (N), fósforo (P) e o potássio (K). As proporções variam porque as necessidades são diferentes em cada etapa do desenvolvimento da planta.
Massa atômica: 39,098 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal alcalino
Isolado pela primeira vez em 1808 pelo químico inglês Humphry Davy, compostos de cálcio já eram conhecidos desde a Antiguidade. É o elemento metálico mais abundante no corpo humano, com papel fundamental no crescimento, fortalecimento e manutenção dos ossos, no auxílio à coagulação sanguínea e à contração muscular. Seus compostos têm várias aplicações industriais: além de constituírem uma das bases de cimentos e concretos, estão no gesso, no giz, nos vidros, e são utilizados em medicamentos e em muitos outros produtos que vão de tintas a fertilizantes.
Massa atômica: 40,078 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal alcalino-terroso
A história do escândio está intimamente relacionada à da Tabela Periódica. Dmitri Mendeleiev, o cientista russo que primeiro propôs a Tabela, em 1869, previu a existência de alguns elementos ainda desconhecidos, dentre eles o que chamou de eka-boro, pela sua relação com propriedades do boro. Em 1879, o elemento foi de fato descoberto, na Suécia, e chamado de escândio em homenagem à Escandinávia. Até hoje, as principais fontes de escândio são jazidas de terras raras na Escandinávia. Suas aplicações ainda não são muitas, destacando-se o uso em ligas metálicas leves para a indústria aeroespacial e em lâmpadas de alta intensidade luminosa, semelhante à da luz solar.
Massa atômica: 44,956 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de transição
A grande resistência mecânica aliada à baixa densidade é uma das principais características do titânio, no que diz respeito às suas aplicações. É resistente como o ferro, mas muito mais leve e, embora seja mais pesado que o alumínio, também é mais resistente. Por isso, é muito usado em ligas metálicas leves e com alta resistência mecânica e térmica para aeronaves e mísseis. Por ser biocompatível (ou seja, não ser tóxico ao corpo humano), também é empregado em próteses e implantes ortopédicos e odontológicos. Mais recentemente, cresce seu uso em objetos como relógios, raquetes de tênis, laptops, bicicletas, óculos, dentre outros.
Massa atômica: 47,867 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de transição
O nome vem de Vanadis, deusa escandinava da beleza e da juventude, em alusão às diversas cores de seus compostos quando estão em solução. É aplicado no preparo de ligas metálicas, trazendo alta resistência mecânica, a choques e corrosões. Aços que contêm vanádio são muito mais fortes e duros, e alguns consideram que isto determinou o futuro da indústria automobilística, a partir dos primeiros eixos de boa qualidade, empregados por Ford. O material também é muito usado em ferramentas. Está presente no organismo humano, mas suas funções ainda não são claras. Suspeita-se que os níveis de vanádio estejam relacionados a condições irregulares de funções cerebrais, mas isto ainda é objeto de pesquisa.
Massa atômica: 50,942 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de transição
Do grego “chroma”, que significa cor, o cromo é um elemento que forma compostos com cores variadas. No corpo humano, tem como principal função facilitar a ação da insulina. Sua falta na alimentação pode trazer complicações, mas, em excesso, causa intoxicação. Além disso, uma determinada forma do cromo, derivada de processos industriais, pode ser carcinógena e afetar o sistema imunológico humano. Um dos metais mais duros da Terra, é resistente aos processos de corrosão e oxidação, sendo usado no revestimento de peças, na produção de aços inoxidáveis e outras ligas metálicas, dentre outras aplicações.
Massa atômica: 51,996 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de transição
É utilizado pelos seres humanos há milhares de anos. Tem sido encontrado em pinturas rupestres, como pigmento de coloração negra, e também há evidências de seu uso por egípcios e romanos. Sua principal aplicação, e já desde o século XIX, é em ligas metálicas, especialmente o aço. O manganês é um dos principais produtos da mineração no Brasil, e o País é um dos principais produtores mundiais. O elemento é essencial para o metabolismo humano em pequenas quantidades, mas é tóxico em excesso. Sua presença elevada é detectada em alguns reservatórios de água, mas a filtragem convencional geralmente é suficiente para removê-lo de águas adequadamente tratadas.
Massa atômica: 54,938 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de transição
Há registros de uso de ferro pelos seres humanos, provavelmente retirado de meteoritos, desde pelo menos 6.000 anos atrás. Hoje, ele é o metal mais produzido no mundo, e está presente em muitos objetos do nosso cotidiano. No nosso corpo, é componente da hemoglobina, proteína responsável pelo transporte de oxigênio. A deficiência de ferro causa anemia. É tão importante que dá nome a toda uma era pré-histórica, a Idade do Ferro, momento em que a Humanidade consegue processar o ferro, inicialmente no Oriente e, a partir mais ou menos de 1.200 a.C., na sociedade ocidental.
Massa atômica: 55,845 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de transição
Cobalto vem do alemão “Kobold”, um espírito maligno que gosta do ambiente subterrâneo das minas. O motivo dessa associação é incerto, e algumas explicações são possíveis males à saúde dos mineiros e a contaminação dos elementos que se queria de fato extrair. No entanto, hoje o cobalto tem múltiplas aplicações. Ele integra ligas metálicas importantes, por sua extrema dureza e, também, propriedades magnéticas. Também é um micronutriente essencial para animais e seres humanos, e é parte da vitamina B12. É usado como pigmento azul em cerâmicas e vidros há quase 5.000 anos, e um isótopo radioativo produzido artificialmente, o chamado Cobalto 60, é usado em radioterapia.
Massa atômica: 58,933 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de transição
A origem do seu nome é semelhante à do cobalto, relacionada à palavra alemã para “diabo” (nickel), pois aparecia nas minas no lugar ou junto ao cobre, dificultando o trabalho com este metal. A maior parte do níquel produzido é usado no aço inoxidável e em outras ligas metálicas. Outras aplicações são em catalisadores e em baterias níquel-cádmio. No Brasil, foi muito usado na produção de moedas, especialmente de 1871 a 1922 e estava presente na moeda de R$ 0,50 até 2001. Hoje as moedas brasileiras são feitas de aço inoxidável e aço revestido em cobre e em bronze. Nos Estados Unidos, o apelido da moeda de US$ 0,05 é níquel (nickel).
Massa atômica: 58,693 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de transição
Há evidências de que o cobre foi o primeiro metal utilizado pelo ser humano, há pelo menos 5 mil anos. Seu nome vem da palavra latina que designava a ilha de Chipre, principal fonte no mundo antigo. Sua condutividade elétrica define sua principal aplicação, em fios, cabos e outros produtos da indústria elétrica. Sua cor avermelhada característica é coberta pelo verde quando exposto ao ar (devido à oxidação), como vemos em estátuas. Forma mais de 1.000 ligas, dentre elas o bronze e o latão. Tem grande importância biológica, inclusive para os seres humanos (em pequenas quantidades), participando da composição de enzimas e outras proteínas.
Massa atômica: 63,546 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de transição
Do zinco produzido, cerca de 50% é usado na galvanização: revestimento do ferro ou do aço para proteger contra a oxidação. Como latão – liga com cobre –, é usado em materiais elétricos (terminais), bijuterias, cadeados e instrumentos musicais de sopro, dentre outros objetos. É um dos metais mais importantes para quase todas as formas de vida. No corpo humano, apesar de existirem apenas cerca de 2 gramas de zinco, compõe várias enzimas e é importante para o sistema imunológico, o equilíbrio ácido-base e as percepções de sabor e odor. Sua deficiência causa vários problemas e, na alimentação, está em sementes de abóbora, ovos, nozes, além de aves e carne vermelha.
Massa atômica: 65,38 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de transição
Um dos elementos previstos por Dmitri Mendeleiev na Tabela Periódica original, foi o primeiro a ser descoberto, 6 anos depois, em 1875. Das propriedades previstas pelo russo e confirmadas depois, uma das principais é o baixo ponto de fusão do gálio (29,85ºC), que leva às suas principais aplicações. É usado na fabricação de espelhos e, também, em termômetros para medição de altas temperaturas, já que permanece no estado líquido até 2.204ºC. Elemento muito escasso na crosta terrestre, sua aplicação atual mais importante é na produção de semicondutores, principalmente para aplicação em LEDs e transistores.
Massa atômica: 69,723 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal
Mais um dos elementos previstos por Mendeleiev, conferiu credibilidade à tabela periódica do químico russo, ao ser descoberto 15 anos depois. Ocupou a lacuna deixada por Mendeleiev logo abaixo do silício, e suas propriedades semelhantes às daquele que hoje é o símbolo da revolução eletrônica que marcou o final do século XX fizeram com que fosse o primeiro semicondutor usado em transistores e outros componentes, até ser substituído devido ao seu alto custo. Hoje, é usado principalmente para a fabricação de fibras ópticas e, também, equipamentos de visão noturna como os que vemos em filmes de guerra, por ser transparente à radiação infravermelha.
Massa atômica: 72,64 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Semimetal
Conhecido desde a Antiguidade, o arsênio, como arsênio metálico, não tem muitos usos. No entanto, seus compostos – especialmente o trióxido de arsênio – estão presentes em venenos para ratos, inseticidas, herbicidas e substâncias para a conservação da madeira e do couro, devido à sua toxicidade. Durante muito tempo se atribuiu a morte de Napoleão Bonaparte no exílio na ilha de Santa Helena ao envenenamento por arsênio, mas estudos mais recentes descartam essa hipótese. Usado no tratamento da leucemia, tem aparecido em pesquisas como possível alternativa no combate a outros tipos de câncer.
Massa atômica: 74,922 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Semimetal
Micronutriente essencial a animais e seres humanos em pequenas quantidades, é tóxico se consumido em maiores quantidades. A brasileiríssima castanha-do-pará é conhecida como sua principal fonte natural e, por isso, não deve ser consumida em excesso. Suas aplicações apresentam grande diversidade, de xampus anticaspa a impressoras e copiadoras. Muitas dessas aplicações estão relacionadas à sua propriedade fotoelétrica, de conversão de energia luminosa em energia elétrica. Está em células fotovoltaicas, fotômetros e retificadores de corrente, dentre outros dispositivos.
Massa atômica: 78,971 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Não metal
O nome vem do grego “bromos”, fétido, por seu odor desagradável. Obtido pelo tratamento da água do mar, sua história é a de uma série de aplicações abandonadas. Era empregado em combustíveis com compostos de chumbo, hoje proibidos. Muito usado na agricultura, como pesticida, foi banido por danificar a camada de ozônio. Como anticonvulsivo e sedativo, causava impotência masculina, e, adicionado à farinha de trigo para expansão da massa de pão, provocava câncer. Em retardantes de chama, também deixa resíduos danosos aos seres vivos. Isótopos de bromo, no entanto, são usados na tomografia por emissão de pósitron (PET), para identificação de edemas cerebrais, Parkinson e câncer de pulmão.
Massa atômica: 79,904 u || Estado padrão: Líquido || Grupo: Halogênio
Presente em pequenas concentrações na atmosfera terrestre (cerca de 1 ppm), de onde é extraído, sua raridade e o alto custo fazem com que tenha poucas aplicações. Uma curiosidade é que, de 1960 a 1983, a definição oficial do metro era o equivalente a 1.650.763, 73 vezes o comprimento de onda da emissão vermelho-alaranjada de um átomo do isótopo Kr-86. Hoje, a medida foi substituída, no Sistema Internacional de Unidades, pela distância percorrida pela luz no vácuo em um intervalo de tempo de 1/299.792.458 segundo. Atualmente, é empregado em pesquisas para o desenvolvimento de motores iônicos, para propulsão de dispositivos que viajam pelo espaço.
Massa atômica: 83,798 u || Estado padrão: Gasoso || Grupo: Gás nobre
Como os demais metais alcalinos, é altamente reativo: pode entrar em ignição espontaneamente em contato com o ar, e reage violentamente na água. Não confundir com o rubi, pedra preciosa na qual a cor vermelha vem, principalmente, do cromo! Embora a origem do nome seja a mesma, o rubídio não é vermelho: é na análise espectral que suas linhas aparecem na zona do vermelho. Historicamente, sua principal aplicação tem sido em pesquisa, com várias finalidades, mas também é usado em medicina nuclear, células fotoelétricas e fibras ópticas, dentre outras. Como sua temperatura de fusão é de 312 K (cerca de 39°C), pode ser encontrado em estado líquido na temperatura ambiente.
Massa atômica: 85,468 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal alcalino
O nome “estrôncio” vem da vila escocesa – Strontian – onde foi extraído o minério no qual o elemento foi identificado pela primeira vez. Na década de 1950, um de seus compostos produzidos artificialmente, o titanato de estrôncio, ficou famoso como imitação do diamante. Foi abandonado para este uso, mas continua sendo importante em instrumentos ópticos de precisão, capacitores, cerâmicas avançadas e como substrato para supercondutores. Isótopos de estrôncio, radioativos, são utilizados em Medicina Nuclear, para diagnóstico e tratamento, e para geração de energia, em baterias nucleares. Usos mais prosaicos são em fogos de artifício – para obter a cor vermelha – e em pigmentos fluorescentes.
Massa atômica: 87,62 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal alcalino-terroso
Seu nome vem de Ytterby, povoado na Suécia onde uma pedreira forneceu os minerais nos quais foram identificados pela primeira vez quatro elementos químicos, incluindo o ítrio – os demais são térbio, érbio e itérbio. As amostras de pedras lunares trazidas pelas missões Apollo revelaram grande presença de ítrio nessas rochas, superior àquela encontrada nas rochas terrestres. Pela dificuldade de separação de seus minerais de origem, o ítrio foi pouco estudado até pouco tempo atrás, mas o interesse no elemento segue crescendo, com potenciais aplicações especialmente em cerâmicas, vidros e lasers. Era usado para obtenção da cor vermelha nos antigos televisores de tubo.
Massa atômica: 88,906 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de transição
Assim como seu vizinho, o ítrio, grandes quantidades de zircônio foram encontradas nas rochas lunares. Também foi identificado no Sol e em meteoritos. Na Terra, um de seus minerais, o Jacinto (zircão vermelho), é mencionado na Bíblia. Um de seus compostos, conhecido como zircônia, é utilizado como pedra semipreciosa, imitando o diamante. O principal uso do zircônio metálico é em reatores nucleares. Muito resistente à corrosão, também é utilizado na indústria química, em equipamentos em contato com substâncias corrosivas. É facilmente tolerado pelos tecidos humanos, sendo utilizado na fabricação de articulações artificiais, além de cerâmicas para restauração de dentes. Em liga com o nióbio, é empregado para construção de supercondutores em baixa temperatura.
Massa atômica: 47,867 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de transição
A história do nióbio já começa controversa: descoberto em 1801, recebeu o nome de columbio, por ter sido identificado em mineral vindo dos EUA, e só em 1950 teve sua denominação atual reconhecida. O mercado mundial nasceu em 1953, com a descoberta de uma mina em Araxá (MG), hoje responsável por 75% da produção brasileira, com operação da Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM). Sua principal aplicação é em ligas metálicas utilizadas na indústria automotiva, construção civil, em motores de foguetes e aviões e na produção e de energia. Sua supercondutividade leva ao uso em ressonância magnética e em aceleradores de partículas, como o Sirius, em Campinas (SP).
Massa atômica: 92,906 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de transição
Inicialmente confundido com grafite e com minério de chumbo, de onde vem seu nome, de molybdo, grego para chumbo. Sua mais antiga aplicação data do século XIV, no Japão, na espada de samurai. Seu uso se associa à Primeira Guerra Mundial pois, na época, devido à escassez do tungstênio, ele começou a substituí-lo, sendo utilizado na produção de ligas de alta resistência, que suportam temperaturas elevadas e são resistentes à corrosão e ao desgaste, empregadas na construção de peças para aviões e automóveis e para outros materiais militares. É um elemento essencial para a nutrição das plantas e sua falta no solo pode deixar regiões estéreis.
Massa atômica: 95,95 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de transição
O nome vem do grego Technetos, “artificial”, por ter sido o primeiro elemento produzido artificialmente, em 1937. Em 1962, foram encontradas evidências de sua ocorrência natural na Terra – ele existe em estrelas –, mas, se de fato ele existir, é em concentrações muito baixas. Sua principal aplicação é em Medicina, onde está presente em 80% dos procedimentos de Medicina Nuclear, no diagnóstico de doenças como, por exemplo, tumores cancerígenos. Em relação a outros radiofármacos, uma grande vantagem é sua meia vida curta, de apenas 6 horas, o que significa que em poucos dias não há mais qualquer intensidade radioativa no corpo do paciente.
Massa atômica: 98 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de transição
Metal nobre, muito raro, do chamado “grupo da platina”, que inclui outros cinco metais, aos quais o rutênio geralmente está associado na Natureza: a própria platina, paládio, ródio, irídio e ósmio. É muito usado em ligas metálicas – para aumentar a dureza ou a resistência à corrosão, dentre outras propriedades – e, também, como catalisador. É um dos metais relevantes nas pesquisas sobre os chamados metalofármacos, que têm cada vez mais despertado o interesse de cientistas na busca de medicamentos mais potentes, seletivos e com menos efeitos colaterais. O rutênio tem se mostrado promissor no combate ao câncer e, também, à Doença de Chagas.
Massa atômica: 101,07 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de transição
Integrante do “grupo da platina”, como seu vizinho anterior, o rutênio, com quem compartilha as principais propriedades – dureza e resistência à corrosão – e aplicações – em ligas e como catalisador. É usado como revestimento em equipamentos ópticos como microscópios e equipamentos para exames oftalmológicos, conferindo resistência ao desgaste e refletividade. Há pesquisas com célula combustível – para geração de eletricidade – abastecida com etanol, a base de ródio. Seu nome vem do grego para rosa – rhodon –, devido à coloração vermelha de alguns de seus compostos.
Massa atômica: 102,905 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de transição
Elemento nomeado em homenagem ao asteroide Pallas, descoberto no mesmo ano que o paládio, em 1803. Seus primeiros anos foram marcados por controvérsias, e a confirmação de sua existência se deu em 1809, a partir de análises realizadas em barras de ouro originárias de Minas Gerais. Em 2010, o Nobel de Química foi para o desenvolvimento das reações de acoplamento catalisadas por paládio, em que o elemento dá um “empurrãozinho” para que os átomos de carbono estabeleçam ligações entre si, formando moléculas complexas. Essas moléculas têm usos diversos e, em Medicina, por exemplo, variantes da técnica premiada são empregadas na produção de cerca de ¼ dos medicamentos existentes.
Massa atômica: 106,42 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de transição
Por ser encontrada como elemento puro na Natureza, é utilizada pelos humanos há milhares de anos, com os primeiros objetos encontrados datados de 5.000 a.C. O símbolo químico – Ag – vem das palavras grega “argyros” e latina “argentum”, significando “brilhante”. Um de seus principais usos é na produção de joias e outros ornamentos. A demanda já foi grande também para a produção de filmes e papéis fotográficos, o que mudou com o uso crescente das máquinas digitais. Atualmente, multiplicam-se as aplicações de nanopartículas de prata em produtos antibactericidas, antifúngicos e, inclusive, identifica-se potencial antitumoral. Na imagem, nanoarte sobre microscopia eletrônica do tungstato de prata.
Massa atômica: 107,868 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de transição
A maior parte do cádmio produzido é usado para o revestimento de metais e, especialmente, do aço, como proteção anticorrosiva. Foi muito importante nas baterias e pilhas recarregáveis de níquel e cádmio, hoje em uso decrescente pois, além de menores capacidade de carga e tempo de vida útil, representam um problema ambiental, pela alta toxicidade do cádmio. Na população, fumantes são mais expostos que não fumantes, devido à inalação do cádmio presente nas folhas de tabaco. Na história do Sistema Internacional de Unidades, já foi utilizado para a definição do metro, a partir de sua linha espectral.
Massa atômica: 112,411 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de transição
Pouco abundante, sua primeira aplicação, na década de 1930, foi na lubrificação de rolamentos em aeronaves. Até 1924, diz-se que existia apenas um grama de índio isolado em todo o mundo. O nome vem da cor típica – índigo – da sua linha espectral. Uma de suas aplicações é em ligas metálicas com baixo ponto de fusão, mas o principal uso está nas telas de cristais líquidos (LCD) empregadas em celulares, computadores, monitores de TV e outros dispositivos. Pela sua raridade, busca-se o aprimoramento das técnicas de reciclagem dessas telas, para a separação do índio e outros metais do vidro e polímeros também presentes.
Massa atômica: 114,818 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal
Um dos primeiros elementos utilizados pela tecnologia humana, na forma de bronze – liga com cobre –, desde a Pré-História. Hoje, é matéria-prima para diversas indústrias. Na forma da conhecida folha-de-flandres – aço revestido por estanho –, é utilizado para a conservação de alimentos e bebidas, como, por exemplo, em latas, e finas folhas de estanho embalam barras de chocolate e maços de cigarro. Filmes finos de dióxido de estanho tornam vidros mais resistentes e, também, adicionam funcionalidade, atuando, por exemplo, para desembaçar ou para impedir a saída do calor do ambiente. O cloreto de estanho é usado na fixação de pigmentos nos tecidos estampados conhecidos como chitas.
Massa atômica: 118,71 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal
Conhecido desde a Antiguidade, tendo sido encontrado em um vaso de 4.000 a.C. No Velho Testamento, registra-se que a rainha Jezebel o usava como cosmético, nos olhos, e também era usado com fins medicinais, aplicação mantida até os dias atuais – por exemplo, no tratamento da leishmaniose, embora sejam buscadas alternativas devido aos efeitos adversos que causa. É muito usado em ligas metálicas – especialmente com chumbo – e como aditivo retardante de chama em plásticos em tecidos. É o que faz o PVC não propagar chamas, por exemplo. Seu uso é crescente na indústria de semicondutores.
Massa atômica: 121,76 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Semimetal
Seu uso principal é em ligas metálicas, às quais acrescenta resistência mecânica e usinabilidade, dentre outras propriedades. Elemento da família dos calcogênios (grupo 6A ou 16 da tabela periódica), que inclui também oxigênio, enxofre, selênio, polônio e livermório), já é usado na superfície de CDs e DVDs regraváveis e integra uma corrida tecnológica pelo desenvolvimento dos chamados vidros calcogenetos, que contam com elementos dessa família na sua composição. A principal característica desses materiais é a interação com fótons e elétrons, com grande potencial de aplicação em diferentes áreas, especialmente no armazenamento digital de dados.
Massa atômica: 127,6 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Semimetal
É indispensável na dieta humana e, por isso, é obrigatória sua adição ao sal de cozinha, para evitar o bócio (popular “papo”), causado por sua deficiência. No entanto, pesquisa recente no Brasil indicou níveis excessivos de iodo no organismo das pessoas, devido ao consumo elevado de sal. O bócio é um aumento da tireoide, glândula responsável pela produção de dois hormônios com iodo em sua composição, T3 e T4. O iodo, inclusive, tem várias aplicações em Medicina, que vão desde a solução antisséptica com coloração marrom típica até o uso em Medicina Nuclear, para diagnóstico – na própria tireoide, coração e cérebro – e, em alguns casos, também tratamento.
Massa atômica: 126,904 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Halogênio
Dispositivos emissores de luz baseados no xenônio emitem pulsos luminosos de alta intensidade a partir da aplicação de descargas elétricas. O mecanismo é utilizado em flashes fotográficos, sinalizadores e luzes estroboscópicas. Também está presente em experimentos científicos na fronteira do conhecimento, como em um detector subterrâneo que busca partículas associadas à matéria escura. Outro experimento, o Synlight, na Alemanha, é um sol artificial, composto por 149 lâmpadas de xenônio. O objetivo é acelerar pesquisas que buscam combustíveis sustentáveis, pela não dependência da luz solar natural, rara naquela região.
Massa atômica: 131,293 u || Estado padrão: Gasoso || Grupo: Gás Nobre
No Brasil, o césio infelizmente é conhecido pelo acidente com um dos seus isótopos radioativos, o césio-137, responsável por um acidente em Goiânia, em 1987, que matou quatro pessoas e resultou na contaminação de mais de duas centenas, além de uma grande quantidade de lixo atômico. No entanto, o próprio césio-137 tem aplicações fundamentais na Medicina, em radioterapia, e um outro isótopo, o césio-133, é componente de relógios atômicos de alta precisão, com base nos quais é definida a duração do segundo e, consequentemente, também o comprimento do metro, que é a distância percorrida pela luz em um determinado intervalo de tempo.
Massa atômica: 132,905 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal Alcalino
Apesar de compostos de bário serem venenosos quando dissolvidos em água, um deles, o sulfato de bário, é o principal contraste usado em exames radiológicos (raio X) do tubo digestivo (esôfago, estômago e intestino), para permitir diagnósticos mais precisos. Isto é possível porque ele não é solúvel e, além disso, é eliminado rapidamente. No entanto, o principal uso do elemento, também no sulfato de bário (mineral barita), é na composição de fluidos (lama) usados na perfuração de poços de petróleo, para controlar a densidade desses fluidos. A lama tem várias funções, dentre elas a de trazer para a superfície os resíduos gerados na perfuração, como as rochas cortadas.
Massa atômica: 137,327 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal Alcalino-Terroso
O lantânio inaugura os lantanídeos, elementos com número atômico de 57 a 71 (lutécio), cuja representação – em uma linha à parte, no rodapé da tabela periódica – pode dar a impressão, errônea, de serem menos importantes. Muito pelo contrário, as chamadas terras-raras (lantanídeos mais o ítrio – Y – e o escândio – Sc) despertam cada vez mais interesse, pois são essenciais a tecnologias de ponta nas áreas das comunicações, tecnologias limpas, dentre várias outras, devido às suas propriedades magnéticas, ópticas e de oxirredução. No caso específico do lantânio, duas das principais aplicações são no craqueamento do petróleo (transformação do óleo cru em derivados) e na redução da emissão de poluentes em automóveis.
Massa atômica: 138,905 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Lantanídeo
Nomeado em homenagem ao asteroide Ceres, descoberto em 1801, dois anos antes do cério. Um uso comum e conhecido é no chamado mischmetal, liga com lantânio e outros elementos aplicada há mais de 100 anos nas pedras de isqueiro. É uma das terras-raras mais abundantes, o que evidencia o equívoco na nomeação do grupo. “Terra” vem da designação geral para óxidos metálicos à época do descobrimento dos primeiros lantanídeos (na forma de seus óxidos), e “rara” vem da identificação acontecer, inicialmente, em apenas um local, na Suécia. Apesar de relativamente abundantes, as terras-raras geralmente aparecem misturadas nos seus minerais, devido às suas propriedades semelhantes, e a separação dos diferentes compostos é, este sim, um desafio.
Massa atômica: 140,116 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Lantanídeo
Na tabela periódica original, de Dmitri Mendeleiev, constava um elemento chamado de didímio, com número atômico 95. Mais tarde, descobriu-se tratar de um composto de dois outros elementos, o praseodímio (didímio verde, devido à cor de suas soluções) e o neodímio (novo didímio). Hoje, vidros com adição de praseodímio e neodímio continuam sendo chamados de vidro de didímio, usado em máscaras de proteção que filtram a luz amarela (para soldadores e sopradores de vidro) e em filtros para lentes fotográficas. Misturado a outros materiais, também é usado para colorir de amarelo vidros e esmaltes.
Massa atômica: 140,908 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Lantanídeo
Além do uso combinado com seu “gêmeo”, o praseodímio, o neodímio, sozinho, confere a vidros tons que vão do violeta ao cinza claro e propriedades que os tornam apropriados a aplicações em pesquisa astronômica (na calibração de equipamentos chamados de espectrômetros). Também é componente de imãs muito potentes, usados em alto-falantes, fones de ouvido e, também, em motores de veículos elétricos e em turbinas para geração de energia eólica. Outra aplicação é na produção de lasers utilizados em Medicina, Odontologia, dentre outras áreas.
Massa atômica: 144,242 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Lantanídeo
Último elemento dos lantanídeos a ser descoberto, em 1945, embora sua existência tenha sido prevista em 1902. Como não existem isótopos estáveis – o menos instável tem meia-vida de 18 anos –, o elemento não existe de forma natural na Terra, e precisa ser sintetizado em laboratório. É o único elemento radioativo deste grupo. Devido a essa raridade, suas propriedades físicas e químicas são pouco conhecidas e tem aplicações muito escassas, como na produção de tintas luminescentes para mostradores de relógios e em baterias para fins bastante específicos, na indústria aeroespacial e em marcapassos mais antigos.
Massa atômica: 145 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Lantanídeo
Primeiro elemento a ser nomeado em homenagem a uma pessoa, o engenheiro de minas russo cujo sobrenome – Samarsky – nomeou o mineral – samarskita – no qual o samário foi descoberto, em 1879. É usado em vidros ópticos para a absorção de radiação infravermelha – aplicados, por exemplo, em óculos de sol – e um de seus isótopos, o samário-153, vem sendo testado como radiofármaco para tratamento de dores associadas ao câncer ósseo. Imãs permanentes de samário e cobalto apresentam a maior 'resistência' à desmagnetização conhecida e são usados em motores, fones de ouvido e captadores de guitarras elétricas. O primeiro tocador portátil de fitas cassete – Sony Walkman, de 1979 – continha imã de samário.
Massa atômica: 150,36 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Lantanídeo
Nomeado em homenagem ao continente europeu, hoje está presente nas cédulas do Euro, como medida de segurança: sob luz ultravioleta, um pigmento a base de európio emite um brilho vermelho, ausente em cédulas falsificadas. A luminescência responsável por esse efeito está na base das principais aplicações de compostos de európio, nesses pigmentos fluorescentes, em monitores de TV e computadores e em Medicina, como marcadores moleculares e contraste para ressonância magnética nuclear. As propriedades luminescentes, aliás, são compartilhadas por vários elementos da série dos lantanídeos – ou terras-raras.
Massa atômica: 151,964 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Lantanídeo
O gadolínio já tem aplicações consolidadas na atualidade, dentre as quais se destaca o uso como contraste em ressonância magnética nuclear. No entanto, suas propriedades magnéticas incomuns apontam para novas aplicações no futuro. Uma particularidade importante é o gadolínio se tornar ferromagnético próximo à temperatura ambiente (abaixo de 20ºC). Com isso, a partir do efeito magnetocalórico – variação de temperatura em sólidos magnéticos pela aproximação ou distanciamento de um campo magnético –, o gadolínio é considerado um dos materiais mais promissores para uso em refrigeradores magnéticos, em substituição às geladeiras atuais, cujo gás utilizado no resfriamento provoca danos ambientais.
Massa atômica: 157,25 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Lantanídeo
Mais conhecido pela emissão de um brilho verde – que leva à sua aplicação em lâmpadas fluorescentes –, apresenta duas outras propriedades interessantes: magnetostricção e triboluminescência. Magnetostriccção é, genericamente, a mudança nas dimensões de um material ferromagnético quando exposto a um campo magnético externo. No caso do térbio, na forma da liga Terfenol-D (com ferro e disprósio), leva um uso curioso, no chamado SoundBug, aparelho que transforma qualquer superfície plana – como uma vidraça ou um tampo de mesa – em alto-falante. Já a triboluminescência descreve o fenômeno da emissão de luz quando um sólido cristalino é submetido a estresse mecânico, como pressão ou vibração.
Massa atômica: 158,925 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Lantanídeo
Do grego dysprositos – difícil de obter –, seu nome, como de alguns outros lantanídeos, relaciona-se à dificuldade de separar esses elementos de seus minerais. Na forma pura, foi obtido somente em 1950. Principal uso é em ligas para imãs superpotentes baseados em neodímio, devido à sua resistência à desmagnetização em altas temperaturas. Esses imãs estão presentes em turbinas eólicas e motores de carros elétricos. Sua susceptibilidade à magnetização leva ao uso em dispositivos para armazenamento de dados, como CDs e discos rígidos. Suas propriedades ópticas (luminescência) levam a aplicações em iluminação e em materiais para lasers.
Massa atômica: 162,5 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Lantanídeo
Tem propriedades magnéticas incomuns, sendo o elemento com o maior momento magnético e, assim, é usado para gerar campos magnéticos intensos. É importante registrar, no entanto, que é um elemento paramagnético, ou seja, só se torna magnético sob efeito de um campo magnético externo. É usado em lasers para cirurgia, especialmente para remoção de pequenos tumores e de cálculos renais. Em 2017, fez parte de um experimento curioso, em que cientistas gravaram informações em átomos simples de hólmio, pela manipulação de seu campo magnético, com cada átomo correspondendo a um bit de informação.
Massa atômica: 164,930 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Lantanídeo
O elemento está presente nos chamados amplificadores ópticos a fibra óptica dopada com érbio (EDFA), que permitem a amplificação do sinal sem eletricidade. A dopagem é a introdução de um elemento para mudar as propriedades de um material. Em 2016, pesquisadores brasileiros, do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), em Campinas, bateram um recorde ao enviar grande quantidade de dados a uma distância de 370 km. Óxidos de érbio têm uma bonita coloração rosada e, por isso, são usados para colorir vidros – usados em óculos de sol e em bijuterias – e em esmaltes para porcelana. O elemento também está presente em lasers com usos médicos e odontológicos.
Massa atômica: 167,259 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Lantanídeo
É um dos elementos menos abundantes da série dos lantanídeos. Consequentemente, seu alto custo desencoraja aplicações industriais. Usos – atuais ou potenciais – são feitos em lasers, para colorir vidros verdes e como fonte de radiação em equipamentos portáteis de raio X. Emite fluorescência azul que aparece sob iluminação ultravioleta e, por isso, é usado em pigmentos aplicados a cédulas de dinheiro para evitar falsificação. Seu nome, como os de vários outros lantanídeos, está associado à descoberta desses elementos em minerais encontrados na Escandinávia: Ultima Thule, em tempos medievais, era o nome dado a uma terra mitológica situada o mais ao Norte que se conseguia imaginar.
Massa atômica: 168,934 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Lantanídeo
Está começando a encontrar aplicações comerciais, dentre as quais destacam-se os usos em dispositivos de memória, lasers e para processos de catálise na indústria química. Outros potenciais estão em ligas metálicas e em lasers, além da possibilidade de ampliação da eficiência de células solares na conversão de radiação em energia elétrica. Apesar de apresentar toxicidade de baixa a moderada, é armazenado como se fosse letal, já que é grande o risco de incêndio. Além disso, causa irritação nos olhos e na pele, e alguns cientistas têm evidência de que pode ser teratogênico (que pode causar dano ao embrião).
Massa atômica: 173,054 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Lantanídeo
Último da série dos lantanídeos, também foi o último a ser descoberto, em 1907. É o menos abundante destes elementos e, assim, é uma matéria-prima cara, que encontra poucos usos comerciais. É usado principalmente como catalisador na indústria petroquímica e também tem aplicação em radioterapia. Seu nome é uma homenagem à cidade onde aconteceu sua descoberta registrada (Paris, chamada de Lutetia pelos romanos, com a configuração ilustrada na imagem), já que o elemento foi simultaneamente identificado também na Alemanha e nos Estados Unidos.
Massa atômica: 173,054 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Lantanídeo
A história do háfnio nos conta uma parte importante da história da tabela periódica. Em 1913, a ordem dos elementos mudou, naquela que talvez tenha sido a principal mudança dessa trajetória. O critério deixou de ser o peso atômico e passou a ser o número atômico. Com isso, lacunas se abriram, uma delas entre os elementos 71 e 73. Não estava claro se o novo elemento seria um lantanídeo ou um metal de transição, o que dividiu as buscas. A solução envolveu até o físico Niels Bohr, uma dos pais da Teoria Quântica, que previu um metal de transição, descoberto em 1923 em Copenhagen, cujo nome latino é Hafnia!
Massa atômica: 178,49 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de transição
Mais da metade do tântalo produzido no mundo é usado em aplicações relacionadas às suas propriedades elétricas e, muito especialmente, em capacitores presentes em quase todos os celulares e em vários outros equipamentos eletrônicos. Também é usado em instrumentos e fios cirúrgicos e em próteses para o tratamento de fraturas ósseas, devido à sua inércia química combinada à resistência mecânica e à corrosão. Porém, recebe o apelido de “tântalo de sangue” por estar no centro de guerras étnicas pelo controle de territórios com coltan (mineral de onde é extraído) na República Democrática do Congo, África, maior produtor mundial. O Brasil tem a maior reserva conhecida.
Massa atômica: 180,948 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de transição
Usado na produção dos filamentos das lâmpadas incandescentes hoje em desuso, aplicações atuais do tungstênio estão relacionadas principalmente ao seu ponto de fusão – o mais alto entre os metais – e, também, às suas dureza, estabilidade e densidade. É usado, por exemplo, em ligas metálicas para aplicação em altíssimas temperaturas. Até 2005, dois nomes eram aceitos para o elemento. Tungstênio vem da palavra sueca para pedra pesada, denominação dada a um dos minerais dos quais é extraído. O outro nome era wolfram, nome do mineral no qual foi descoberto e origem do W como símbolo do tungstênio.
Massa atômica: 183,84 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de transição
Está entre os elementos mais raros na Terra, bem como entre os mais densos e com mais alto ponto de fusão. Sua existência foi prevista por Mendeleiev na sua tabela periódica. Uma de suas principais aplicações é em ligas usadas como catalisador na obtenção de combustíveis livres de chumbo. Recentemente, tem atraído atenção na composição dibrometo de rênio, uma das substâncias mais duras que existem, mais fácil de ser produzida que outras com propriedades semelhantes, como o diamante artificial. Seu nome vem do Rio Reno, na Alemanha, que passa perto do local onde os descobridores do elemento trabalhavam.
Massa atômica: 186,207 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de transição
Divide, com seu vizinho irídio, o título de elemento mais denso da tabela periódica, com controvérsias. Raro e com poucas aplicações, seu nome vem do grego para “odor” (osme), devido ao cheiro forte de alguns de seus compostos. Um dos usos mais comuns é em ligas para pontas de canetas tinteiro. Aparece no nome de uma das maiores companhias de iluminação do mundo, a alemã Osram. Originalmente, os filamentos das lâmpadas incandescentes eram feitos de ósmio ou tungstênio – que, em alemão, é chamado de Wolfram. Osram, portanto, é a junção das duas primeiras letras do ósmio e as três últimas do tungstênio!
Massa atômica: 190.23 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de transição
Sua principal aplicação é em ligas muito duras com platina, resistentes à corrosão, usadas em velas de ignição de longa vida útil (empregadas em helicópteros militares, por exemplo) e, também, em barras que foram o padrão para o metro e o quilo durante muitos anos. A concentração de irídio em uma camada de argila no solo terrestre correspondente ao período em que viveram os dinossauros é uma das principais evidências da causa de sua extinção. Isto porque o elemento é muito mais comum em meteoros do que por aqui, e a quantidade encontrada sugere uma enorme rocha, capaz de causar estrago correspondente.
Massa atômica: 192.217 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de transição
Metal raro e caro, é símbolo de valor, como nas expressões “disco de platina” e “bodas de platina”. Já era usada pelas populações originais da América, como a civilização Inca, e foi descoberta pelos europeus na América do Sul em meados do século XVIII. Inicialmente, no entanto, o colonizador descartava a platina encontrada junto ao ouro, vendo a primeira como uma espécie de contaminação do metal considerado valioso. Hoje, além de joias, é usada principalmente como catalisador em automóveis, para reduzir a toxicidade dos gases do motor, e também na indústria petroquímica. Seu potencial no tratamento de câncer (quimioterapia) também cresce ao longo dos anos.
Massa atômica: 195.084 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de transição
Um dos poucos elementos encontrados puros na Natureza, foi, por isso mesmo, um dos primeiros utilizados pelos seres humanos, junto com a prata e o cobre. Encontrado em várias partes do mundo, foi motivo de muitos conflitos e várias “corridas do ouro”. No Brasil, o chamado Ciclo do Ouro começou no final do século XVII e durou um pouco mais que a primeira metade do século XVIII, período em que toneladas e toneladas de ouro foram levadas pelo colonizador a Portugal. Hoje, parte significativa do ouro produzido no mundo é guardada por bancos centrais como reserva de valor, e diz-se que a maior quantidade está no banco central dos Estados Unidos, em Nova Iorque.
Massa atômica: 196.966 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de transição
Elemento é tóxico para os seres humanos e, por isso, várias das suas principais aplicações foram descontinuadas ao longo do tempo. Em 2019, por exemplo, foi proibida no Brasil a sua utilização em termômetros e outras aplicações em Saúde. Atualmente, um de seus principais usos é como catalisador na indústria química. Durante muito tempo, foi usado no processo de extração de metais preciosos, por facilmente formar ligas com quase todos os metais. Essas ligas são chamadas de amálgama, palavra que, no sentido figurado, passou a designar todo tipo de junção formando um todo.
Massa atômica: 200.59 u || Estado padrão: Líquido || Grupo: Metal de transição
Elemento está presente em compostos altamente tóxicos, tão célebres que levaram à sua aparição no romance policial “O Cavalo Amarelo”, de Agatha Christie, como veneno usado nos assassinatos. Era usado como raticida, mas foi proibido em vários países justamente devido aos riscos envolvidos, especialmente por não ter cheiro ou sabor. Tem, no entanto, aplicações importantes – atuais e potenciais –, em exames radiológicos do coração, células solares e materiais supercondutores, dentre outras. Por isso, ganhou destaque, em 2011, a descoberta de uma jazida de tálio no Brasil, no município de Barreiras, na Bahia.
Massa atômica: 204.383 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal
Empregado pela Humanidade desde a Antiguidade, o chumbo foi tendo seus usos progressivamente descontinuados por ser tóxico. Uma dessas aplicações passadas foi em pigmentos, o que causou o envenenamento de vários artistas, dentre eles o brasileiro Cândido Portinari, cuja morte é atribuída ao saturnismo (envenenamento por chumbo). Hoje, sua maior aplicação é em baterias de automóvel (acumuladores). Também é usado como proteção contra radiação e para armazenar substâncias corrosivas. Na imagem, “O Lavrador de Café”, tela de Portinari.
Massa atômica: 207.2 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal
Suas aplicações estão bastante relacionadas à sua baixa toxicidade e seu baixo ponto de fusão. Usado como fármaco há mais de 500 anos, é aplicado no tratamento de problemas digestivos como azia e diarreia, e hoje integra o tratamento contra a bactéria H. pylori, envolvida no aparecimento de úlceras. Também é usado como pigmento em cosméticos. Ligas com bismuto são usadas em detectores de incêndio: quando o metal funde – em baixa temperatura, como registrado –, borrifadores de água são ativados, para acabar com o fogo.
Massa atômica: 208.98 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal
Foi descoberto pelo casal Marie e Pierre Curie a partir do trabalho meticuloso – e braçal – com toneladas de pechblenda, um minério de urânio cuja radioatividade era superior à do elemento, o que intrigou os cientistas. Também foi na pechblenda que Marie Curie descobriu outro elemento, o rádio, e os dois deram a ela seu segundo Prêmio Nobel, o de Química, em 1911. O nome homenageia sua terra natal, a Polônia, e pode ter sido uma manifestação política denunciando a ocupação russa. Elemento raro na Natureza, é produzido pelo bombardeio do bismuto com nêutrons em um reator nuclear.
Massa atômica: 209 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Semimetal
O astato foi um dos últimos elementos naturais da tabela periódica a ser descoberto, em 1940. A dificuldade em encontrá-lo está na sua raridade, devido à instabilidade de seus isótopos, todos radioativos. O nome do elemento vem justamente dessa característica, já que astato vem da palavra grega para instável. Apesar de existir naturalmente, todo o astato produzido é sintetizado artificialmente, pelo bombardeamento do bismuto em reatores nucleares. Embora tenha sido, por muito tempo, apenas uma curiosidade, e suas aplicações continuem restritas ao universo da pesquisa, os cientistas vislumbram grande potencial para o tratamento do câncer, devido às características físico-químicas do astato.
Massa atômica: 210 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Halogênio
No final do século XIX, começo do XX, alguns cientistas começaram a identificar radioatividade no ar próximo a elementos como o rádio, o tório e o actínio. Dentre eles, famosos como Marie e Pierre Curie e Ernst Rutherford. O fenômeno era notável porque, até então, só se conhecia a radioatividade em sólidos e soluções. Tratava-se do radônio, produzido pelo decaimento daqueles outros elementos. Liberado de solos ricos em rochas como granito, xisto e urânio, pode se tornar um problema grave para a saúde se acumulado em ambientes fechados. No Brasil, pesquisas sobre a presença de radônio são recentes, mas já numerosas, e nos Estados Unidos é fácil o acesso a kits para medir a concentração de radônio em ambientes domésticos.
Massa atômica: 222 u || Estado padrão: Gás || Grupo: Gás Nobre
Embora tenha sido previsto por Mendeleiev em sua tabela periódica, sua existência só foi comprovada em 1939, depois de vários anúncios mal sucedidos. A responsável pela descoberta foi uma jovem assistente de Marie Curie, Marguerite Perey, que, encorajada pelo feito, decidiu estudar e defendeu sua tese de doutorado sobre o frâncio em 1946, nomeando-o em homenagem à sua terra natal. Mais tarde, Perey foi a primeira mulher eleita para integrar a Acadêmica Francesa de Ciência. O frâncio é radioativo, com meia vida de apenas 22 minutos considerando seu isótopo mais estável, o que o torna extremamente raro e faz com que não tenha nenhuma aplicação prática, até o momento.
Massa atômica: 223 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal Alcalino
Pela sua descoberta, Marie Curie ganhou o Nobel de Química em 1911, sendo, até hoje, a única a ganhar o Prêmio em duas áreas distintas, Física e Química. O elemento, no entanto, provavelmente foi responsável por sua morte, e de várias outras pessoas. A radioatividade ainda não era bem compreendida e houve grande euforia, com uso para curas diversas – em produtos que iam de água com rádio a pasta de dente –, em tintas luminosas, além da ideia de que seria a fonte de energia do futuro. A febre do rádio não chegou ao Brasil, mas o País recebeu a visita de Marie Curie no Instituto do Radium em Belo Horizonte (foto), primeiro centro dedicado ao tratamento do câncer em terras brasileiras.
Massa atômica: 226 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal Alcalino-Terroso
Integra o conjunto de elementos descobertos a partir do mineral pechblenda – junto com polônio, rádio e outros –, desta vez por um amigo do casal Curie, Andre-Louis Debierne. Seu nome vem do grego para “raio”, assim como o rádio vem de raio em latim. O actínio inicia a série de 15 elementos identificados como actinídeos (ou actinoides), primeira grande transformação na tabela periódica proposta originalmente por Mendeleiev. Atualmente, tem aplicações em medicina nuclear.
Massa atômica: 227 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Actinídeo
O óxido de tório tem o mais alto ponto de fusão entre os óxidos conhecidos, o que levou ao uso do elemento em lâmpadas a gás a partir de 1891. Na chama quente do gás, em vez de derreter, o manto de tório (conhecido como camisa) brilha com uma intensa luz branca. Assim, pela primeira vez a Humanidade teve luz abundante após o pôr do Sol. Apesar de ser radioativo, as partículas que emite no decaimento são facilmente barradas pelo vidro e, até mesmo, pela pele humana (mesmo assim, várias lâmpadas para camping vêm com o anúncio “livre de tório”, por precaução). Atualmente, alguns países, como China e Índia, investem em reatores nucleares para geração de energia elétrica a base de tório, mas o uso ainda envolve grandes desafios.
Massa atômica: 232.038 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Actinídeo
Embora Mendeleiev tenha previsto a existência de um elemento entre o tório e o urânio, o protactínio só foi descoberto mais de 30 anos depois dessa previsão. Em 1900, um cientista inglês identificou uma nova substância radioativa em minerais de urânio, que chamou de urânio-X, mais tarde separado em duas substâncias. Em 1913, foi o polonês Kasimir Fajans quem descobriu um isótopo de Pa, com meia vida de pouco mais de um minuto, motivo pelo qual o chamou de brevium. Em 1917, a física austríaca Lise Meitner identificou um segundo isótopo, com meia vida de 32 mil anos, o que obrigou à mudança de nome do elemento. Meitner, inclusive, colaborou na descoberta do fenômeno da fissão nuclear, mas ficou fora do Nobel atribuído a Otto Hahn em 1944.
Massa atômica: 231.036 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Actinídeo
Diferentemente dos seus vizinhos na série dos actinídeos, o urânio tem aplicações essenciais em diferentes ramos industriais. Hoje, seu principal uso é em reatores nucleares, para geração de energia elétrica. O combustível usado é chamado de urânio enriquecido. Isto porque o urânio encontrado naturalmente é composto majoritariamente pelo isótopo U-238, que não é capaz de sustentar uma reação em cadeia como um outro isótopo, o U-235. O urânio encontrado naturalmente é, por isso, enriquecido com U-235, e o que sobra desse processo é um material 40% menos radioativo que o urânio natural, chamado de urânio depletado ou empobrecido, usado em laboratórios de pesquisa e, por sua densidade, em blindagem e na quilha de embarcações.
Massa atômica: 238.029 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Actinídeo
Na Natureza – da Terra –, tudo o que conhecemos é formado por um ou mais dos 92 elementos químicos até o urânio. A partir do netúnio, primeiro dos elementos chamados de transurânicos, os núcleos dos átomos dos átomos são tão instáveis que, ao longo da história do planeta Terra, foram decaindo, ou seja, se transformando em outros elementos, e hoje, se encontrados, são apenas em quantidades traço (ou seja, próximas a zero). A partir de agora, portanto, estamos falando de elementos hoje produzidos artificialmente, pelo bombardeamento dos núcleos de outros elementos com partículas atômicas. Localizado entre o urânio e o plutônio na tabela periódica, o primeiro dos transurânicos recebeu seu nome do planeta Netuno, ele também localizado entre Urano e Plutão (à época, ainda um planeta!).
Massa atômica: 237 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Actinídeo
O plutônio foi sintetizado pela primeira vez em Berkeley, na California, em 1940, e logo foi comunicado ao Presidente dos EUA Franklin D. Roosevelt seu potencial para a construção de armas nucleares. A partir de então, produzir plutônio em quantidade suficiente se tornou um dos focos do chamado Projeto Manhattan e, em agosto de 1945, a bomba de fissão de plutônio explodiu sobre Nagasaki, no Japão (a bomba de Hiroshima, detonada dias antes, era de fissão de urânio). Apesar do vínculo com um dos capítulos mais tristes da história da Humanidade, o plutônio é muito rico quimicamente, com seis formas alotrópicas com comportamentos diversos e possibilidade de participação em um vasto número de compostos, muitos ainda inexplorados.
Massa atômica: 244 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Actinídeo
Posicionado exatamente abaixo do Európio na tabela periódica, há quem diga que foi nomeado por rivalidade entre continentes. Fato é que o elemento foi produzido pela primeira vez na América, em 1944, na Universidade de Chicago, Estados Unidos, no contexto do Projeto Manhattan, voltado à produção de armas nucleares. Também nos Estados Unidos, é encontrado em muitos lares, em detectores de fumaça. Por uma série de transformações, a presença de um óxido de amerício – em quantidade ínfima! – resulta em uma corrente elétrica que, interrompida pela fumaça, dispara um alarme logo que um incêndio se inicia.
Massa atômica: 243 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Actinídeo
Nomeado em homenagem ao casal Pierre e Marie Curie, elemento praticamente não existe na Terra naturalmente, sendo produzido em reatores nucleares. Tem dois principais usos possíveis, em missões espaciais. O primeiro, menos comum devido ao custo e à raridade do elemento, é em geradores termoelétricos de radioisótopos, que transformam o calor decorrente do decaimento radioativo em energia elétrica. Mais comum é a presença em espectrômetros que analisam a composição química de amostras de rochas ou solo a partir da emissão de partículas alfa, como o embarcado no jipe marciano Curiosity (na foto).
Massa atômica: 247 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Actinídeo
O nome do elemento homenageia a Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, onde foi descoberto. O Lawrence Berkeley National Lab – também conhecido como Rad Lab no passado – foi a primeira grande instalação de pesquisa dos EUA. Criado em 1931, esteve envolvido na descoberta de 16 elementos da tabela periódica, dentre eles os 14 primeiros elementos transurânicos, com números atômicos de 93 a 106. São 13 os prêmios Nobel já atribuídos a cientistas do Laboratório. O berquélio, descoberto em 1949, até o momento não tem aplicações fora da pesquisa básica em Física e Química.
Massa atômica: 247 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Actinídeo
Mais um dos elementos cuja descoberta está vinculada à Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos. Assim, seu nome vem da Universidade, e do estado em que está localizada. É considerado, segundo diversas fontes, o metal mais caro do mundo: embora os números variem, cada grama tem valor na ordem de milhões de Reais. Suas aplicações derivam do fato de ser forte emissor de nêutrons, característica utilizada para detecção de água e óleo em potenciais poços de petróleo e na prospecção de ouro e prata, dentre outros dispositivos que requerem fluxo de nêutrons.
Massa atômica: 251 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Actinídeo
Foi descoberto a partir dos estudos dos destroços resultantes da primeira bomba de hidrogênio (bomba H), detonada pelos Estados Unidos em um teste em novembro de 1952, nas Ilhas Marshall, Oceano Pacífico. A força da explosão eliminou do mapa a pequena ilha em que a bomba foi detonada. Hoje, é produzido menos dramaticamente, pelo bombardeamento de plutônio com nêutrons em reatores nucleares, em um processo que leva alguns anos e resulta em quantidades mínimas do elemento. Não tem aplicação até o momento.
Massa atômica: 252 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Actinídeo
Assim como o elemento 99 (einstênio), foi descoberto a partir dos estudos dos destroços resultantes da primeira bomba de hidrogênio (bomba H), detonada pelos Estados Unidos em um teste em novembro de 1952, nas Ilhas Marshall, Oceano Pacífico. Seu nome homenageia o físico de origem italiana Enrico Fermi, que, em 1942, havia sido responsável pelo primeiro reator nuclear artificial, instalado nas edificações de um estádio desativado, já nos Estados Unidos. O trabalho de Fermi foi, depois, essencial à construção das bombas atômicas, no projeto Manhattan, do qual foi um dos líderes. Produzido em quantidade mínimas, da ordem de microgramas, o férmio não tem aplicações fora da pesquisa básica.
Massa atômica: 257 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Actinídeo
Elemento teve 17 átomos produzidos artificialmente pela primeira vez em 1955, na Universidade da Califórnia em Berkeley, EUA. Seu nome homenageia o russo Dmitri Mendeleiev, criador da tabela periódica. Foi produzido pelo bombardeamento do einstênio – elemento com 99 prótons e 99 nêutrons – com partículas alfa, equivalentes ao núcleo de hélio, com 2 prótons e 2 nêutrons e carga +2. No bombardeamento, partículas são aceleradas para colidirem entre si, o que resulta, neste caso, na fusão entre elas. Pela sua raridade e pela instabilidade, elemento não tem aplicações.
Massa atômica: 258 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Actinídeo
Identificação do elemento foi cercada de controvérsias, refletidas em seu nome. Em 1956, foi produzido em Moscou (no Joint Institute of Nuclear Research, JIRN, destacado em nossa imagem) –, recebendo o nome de joliótio em homenagem a Irene Joliot-Curie. No entanto, a descoberta reconhecida aconteceu em 1958, em Berkeley, Califórnia, quando o elemento já era conhecido como nobélio. Isto porque, em 1957, uma equipe do Instituto Nobel de Física, em Estocolmo, acreditou ter produzido um isótopo, nunca confirmado. Apesar de ser um dos elementos superpesados mais estáveis, com isótopo com meia vida de 58 minutos, não tem aplicação.
Massa atômica: 259 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Actinídeo
Último dos actinídeos, elemento homenageia Ernest Lawrence, inventor do acelerador de partículas circular conhecido como cíclotron. No cíclotron original da Universidade da Califórnia em Berkeley, mais de uma dezena de elementos transurânicos foram produzidos pela primeira vez, incluindo aquele que viria a ser nomeado em homenagem ao seu criador. Mas, além dos novos elementos, o cíclotron permitiu vários outros avanços em nosso entendimento do mundo natural, e também inspirou um modelo para produção de conhecimento conhecido como “big science”. Lawrence ganhou o Prêmio Nobel de Física em 1939.
Massa atômica: 262 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Actinídeo
Mais um dos elementos transurânicos descobertos no contexto da disputa científica entre EUA e URSS, no contexto da Guerra Fria. Mais um também em que houve controvérsia sobre a descoberta primeiro na então União Soviética – no Joint Institute for Nuclear Research (JINR) – ou no Estados Unidos – na Universidade da Califórnia em Berkeley. Ambas as equipes foram reconhecidas, mas o nome adotado foi o proposto pelo americanos, homenageando Ernest Rutherford, vencedor do Prêmio Nobel de Química em 1908, proponente do modelo planetário do átomo, dentre várias outras contribuições ainda mais relevantes. Os russos haviam proposto o nome kurchatório, em homenagem ao tambem físico nuclear Igor Kurchatov.
Massa atômica: 267 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de Transição
Os chamados elementos transférmicos – com números atômicos maiores que 100 – foram produzidos artificialmente no contexto da disputa científica entre EUA e URSS durante a Guerra Fria, e a disputa pela autoria da descoberta de cada um deles foi tão ferrenha que se cunhou inclusive o termo “guerras transférmicas” para falar da contenda. A disputa pela autoria implica também a decisão sobre o direito de nomear novos elementos e, até 1997, data da decisão definitiva, o dúbnio recebeu quatro outros nomes, dentre eles nielsbohrium, em homenagem ao físico dinamarquês Niels Bohr, e hahnium, de Otto Hahn, químico alemão.
Massa atômica: 268 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de Transição
Elemento homenageia Glenn Seaborg, um dos líderes na descoberta de vários elementos transurânicos na Universidade da Califórnia em Berkeley. Seaborg é responsável pela descoberta do segundo transurânico, o plutônio, e foi pioneiro no desenvolvimento de métodos químicos para a separação das minúsculas quantidades produzidas desses elementos dos detritos gerados conjuntamente. Foi ele também quem propôs a criação da série dos actinídeos na tabela periódica e, por essas contribuições, acabou sendo uma das duas únicas pessoas homenageadas com o nome de elementos ainda em vida (a outra foi Albert Einstein).
Massa atômica: 271 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de Transição
Embora seja mais um dos elementos controversos, o crédito da descoberta do bóhrio é dado a pesquisadores que o produziram na Alemanha em 1981. O nome homenageia o físico dinamarquês Niels Bohr. A revista Science o apelidou de “boring bohrium” (bóhrio tedioso). Isto porque previsões teóricas relativísticas para os elementos mais pesados da tabela periódica indicam que eles terão comportamentos distintos dos demais elementos do mesmo grupo, mas, no ano 2000, foram reportados resultados relativos às propriedades químicas do bóhrio similares a elementos mais leves do seu grupo. Esses resultados ilustram como os últimos elementos da tabela, apesar de não terem aplicações práticas, podem ter grande importância para estudos teóricos.
Massa atômica: 272 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de Transição
Mais um dos vários elementos artificiais envolvidos em uma confusão de nomes nos anos finais do século XX, relacionada às controvérsias sobre quais laboratórios foram os primeiros a sintetizá-los. Inicialmente, a Iupac (União Internacional de Química Pura e Aplicada, que decide sobre a nomenclatura na área) decidiu atribuir nomes temporários, do Latim para o número atômico dos elementos. Assim, o primeiro nome do hássio foi unniloctium. Depois, ele foi chamado de hahnium, em homenagem ao químico Otto Hahn – que nomeou provisoriamente dois elementos e acabou ficando sem nenhum –, até chegar ao hássio, do Latim para o estado alemão de Hesse (no mapa na figura), onde foi sintetizado em 1984.
Massa atômica: 270 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de Transição
A descoberta é creditada ao Laboratório de Pesquisa de Íons Pesados (GSI), em Darmstadt, na Alemanha, onde um único átomo foi produzido em 1982. Embora técnicas experimentais inteiramente novas tenham sido desenvolvidas para analisar quimicamente os elementos mais pesados da tabela periódica, aplicadas a átomos únicos, ainda não se produziu um isótopo suficientemente estável do meitnério para tanto: o mais estável até agora tem meia-vida de menos de um segundo! Sua nomeação corrige uma injustiça histórica contra Lise Meitner, excluída do Nobel de 1944 – atribuído a Otto Hahn, com quem sempre colaborou – por ser mulher e da religião judaica.
Massa atômica: 276 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de Transição
Descoberto em 1994, foi nomeado em homenagem à cidade alemã de Darmstadt. Foi lá, no Laboratório de Pesquisa de Íons Pesados (GSI), que ele foi produzido em um acelerador de partículas, pela fusão entre átomos de chumbo e íons de níquel. Da colisão entre trilhões de partículas, apenas três átomos de darmstádtio foram obtidos, isótopos com meia vida de microssegundos. Até hoje, isótopos mais estáveis chegam apenas aos 11 segundos. O GSI (na foto) foi creditado como descobridor de cinco outros elementos além do darmstádtio.
Massa atômica: 281 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de Transição
Produzido em 1994, no Laboratório de Pesquisa de Íons Pesados (GSI), na Alemanha, recebeu seu nome definitivo em homenagem ao físico alemão Wilhelm Conrad Röntgen, descobridor dos raios X, pelo que recebeu o Prêmio Nobel em 1901. Os raios X, inclusive, levaram a uma das principais mudanças na tabela periódica. No início do século XX, pela análise do espectro de raios X dos elementos, o britânico Henry Moseley propôs que fossem ordenados pelo número, e não pelo peso atômico, o que abriu lacunas na tabela e facilitou a descoberta de novos elementos.
Massa atômica: 280 u || Estado padrão: Sólido || Grupo: Metal de Transição
Mais um dos elementos produzidos pela primeira vez no Laboratório de Pesquisa de Íons Pesados (GSI), na Alemanha, em 1996. Depois de uma semana bombardeando um alvo de chumbo com átomos de zinco em um acelerador de partículas, um único átomo foi produzido. Um segundo átomo foi produzido no próprio GSI no ano 2000 e dois outros no Japão em 2004, levando ao reconhecimento do elemento. O nome oficial foi reconhecido em 2010, homenageando o astrônomo e matemático Nicolau Copérnico, autor da teoria heliocêntrica que iniciaria o período de cerca de 150 anos conhecido como “revolução copernicana”, revolução científica marcada pelos trabalhos de Galileu Galilei, Johannes Kepler e Isaac Newton.
Massa atômica: 285 u || Estado padrão: Desconhecido || Grupo: Metal de Transição
Sintetizado pela primeira vez em 2004, no Japão, no Instituto de Pesquisa Física e Química (Riken), maior instituição de pesquisa japonesa. Diz-se que, ao longo de nove anos bombardeando um alvo de bismuto com zinco, os pesquisadores conseguiram produzir três átomos de nihônio. O nome vem de Nihon, a palavra japonesa para Japão, que significa terra do sol nascente.
Massa atômica: 284 u || Estado padrão: Desconhecido || Grupo: Metal
Produzido pela primeira vez em 1998, no Joint Institute for Nuclear Research (JINR), na Rússia, seu nome homenageia o físico russo Georgy Flerov, fundador do JIRN. A descoberta do elemento tem especial importância histórica e, também, científica. Historicamente, a produção foi feita em colaboração com o Lawrence Livermore National Laboratory, Estados Unidos, com quem os russos vinham antes competindo pela descoberta dos elementos mais pesados da tabela periódica, no contexto da Guerra Fria. Cientificamente, o elemento está na região que se prevê ser, teoricamente, uma ilha de estabilidade entre os elementos mais pesados, com meias vidas mais longas.
Massa atômica: 289 u || Estado padrão: Desconhecido || Grupo: Metal
Produzido pela primeira vez em uma colaboração entre cientistas russos e dos Estados Unidos, do Joint Institute for Nuclear Research (JINR), na Rússia, e dos laboratórios nacionais Lawrence Livermore e Oak Ridge, nos Estados Unidos. Embora pouco se saiba até o momento sobre o elemento, ele é parte de uma controvérsia que ganhou grande visibilidade. O físico conhecido como Bob Lazar afirmou, no final da década de 1980, ter trabalhado em instalações do governo dos EUA onde estavam escondidas naves extraterrestres, cujo combustível seria o elemento 115 (ainda não produzido na Terra até aquele momento). As alegações nunca foram confirmadas e são consideradas fantasiosas.
Massa atômica: 288 u || Estado padrão: Desconhecido || Grupo: Metal
Em 1999, um primeiro anúncio da produção do elemento 116 foi feito pelo Lawrence Berkeley Laboratory, mas os resultados não puderam ser replicados depois, e uma investigação constatou fraude na produção dos resultados. No ano seguinte, o elemento foi produzido no Joint Institute for Nuclear Research (JINR), na Rússia, em uma parceria com o Lawrence Livermore National Laboratory, homenageado na nomeação do elemento.
Massa atômica: 293 u || Estado padrão: Desconhecido || Grupo: Metal
A produção dos seus primeiros poucos átomos envolveu vários laboratórios na Rússia e nos Estados Unidos, dentre eles o OakRidgeNationalLaboratory, que fica no estado do Tennessee, Estados Unidos. O OakRidge, fundado em 1943, sediou o chamado Projeto Manhattan, dedicado à construção da bomba atômica, e é, até hoje, uma das principais instituições científicas dos EUA.
Massa atômica: 294 u || Estado padrão: Desconhecido || Grupo: Halogênio
O último elemento da tabela periódica – até o momento – homenageia o físico que lidera a equipe responsável pela descoberta de nove elementos, incluindo o oganessônio: Yuri Oganessian, do Joint Institute for Nuclear Research (JINR), em Dubna, Rússia. Considerado o maior especialista mundial em elementos superpesados, Oganessian, aos 86 anos, continua atuante na busca dos elementos 119 e 120.
Massa atômica: 294 u || Estado padrão: Desconhecido || Grupo: Gás Nobre
O Laboratório Aberto de Interatividade para Disseminação do Conhecimento Científico e Tecnológico (LAbI), vinculado à Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), é voltado à prática da divulgação científica pautada na interatividade; nas relações entre Ciência, Arte e Tecnologia; na realização de produtos em diferentes suportes e direcionados a públicos diversos; e na produção de conhecimento sobre as metodologias adotadas.
O Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) é um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Difusão (CEPID) apoiados pela FAPESP. O Centro também recebe investimento do CNPq, a partir do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia dos Materiais em Nanotecnologia (INCTMN), integrando uma rede de pesquisa entre Universidade Estadual Paulista (UNESP), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade de São Paulo (USP) e Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN).
A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) foi fundada em 1968 e foi a primeira instituição federal de Ensino Superior instalada no interior do Estado de São Paulo. A Universidade se destaca pelo alto nível de qualificação de seu corpo docente: 99,8% são doutores ou mestres e 95,8% dos professores desenvolvem atividades de ensino, pesquisa e extensão em regime de dedicação exclusiva. A Universidade possui quatro campi: São Carlos, Araras, Sorocaba e Lagoa do Sino.
A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo é uma das principais agências de fomento à pesquisa científica e tecnológica do país. Com autonomia garantida por lei, a FAPESP está ligada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico. Com um orçamento anual correspondente a 1% do total da receita tributária do Estado, a FAPESP apoia a pesquisa e financia a investigação, o intercâmbio e a divulgação da ciência e da tecnologia produzida em São Paulo.
A tabela periódica interativa do projeto “Elementar” foi desenvolvida pelo Laboratório Aberto de Interatividade para a Disseminação do Conhecimento Científico e Tecnológico (LAbI) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) em comemoração ao “Ano Internacional da Tabela Periódica”, celebrado em 2019 a partir de uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU).
Ela é composta por uma cartela gráfica com o nome, a sigla, número atômico, massa atômica e grupo ao qual pertence o elemento, além de uma imagem associada a esse elemento (geralmente de uma aplicação ou de uma forma de ocorrência na Natureza) e de frase que destaca algum aspecto relevante sobre ele.
Clicando na imagem, um parágrafo complementar traz outras informações, como aspectos históricos da descoberta ou do uso do elemento, propriedades fundamentais, principais aplicações, importância para a vida e a saúde de plantas, animais e seres humanos, dentre outras características.
Ainda no escopo do projeto foram produzidos vídeos e cards para utilização em redes sociais e um game educativo, desenvolvido em parceria com a Aptor Software.
A tabela periódica e os cards podem ser baixados gratuitamente para impressão e utilização em atividades educativas e o jogo pode ser acessado na plataforma do Ludo Educativo.
A iniciativa foi realizada em parceria com o Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF) e contou com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).