Vídeos sobre cursos de graduação da UFSCar são traduzidos para Língua Brasileira de Sinais

Uma parceria entre o Laboratório Aberto de Interatividade para a Disseminação do Conhecimento Científico e Tecnológico (LAbI) da UFSCar e o curso de graduação em Tradução e Interpretação em Língua Brasileira de Sinais (Libras)/Língua Portuguesa está possibilitando a acessibilidade para pessoas surdas dos vídeos de divulgação dos cursos da Universidade. Os vídeos da série “Que Curso Eu Faço?” são produzidos desde o ano passado em iniciativa conjunta do LAbI com a Coordenadoria de Ingresso na Graduação da Pró-Reitoria de Graduação (ProGrad), com o objetivo de divulgar as oportunidades oferecidas pela Universidade a estudantes do Ensino Médio. Com a criação do bacharelado em Tradução e Interpretação em Libras, e a contratação de profissionais da área, surgiu a possibilidade de tornar o material acessível para pessoas surdas.
A iniciativa trouxe desafios tanto para a equipe do LAbI como para a equipe técnica de tradução para Libras em dois principais aspectos: a ausência de normas específicas para as traduções de vídeos e as poucas experiências de vocabulário científico na Língua de Sinais. A baixa presença de pessoas surdas que utilizam a Língua de Sinais na Ciência faz com que diversas termos em Português ligados ao meio acadêmico não tenham correspondentes consolidados em Libras. Para isso, a equipe realizou um extenso trabalho para que a tradução fosse eficiente.
Anderson Marques da Silva, técnico em tradução e interpretação da UFSCar, explica que para um vídeo de cinco minutos, por exemplo, são gastas cerca de cinco horas entre pesquisas, ensaios e testes, com o apoio de docentes e estudantes surdas da Instituição, que auxiliaram na avaliação dos materiais. “Nosso objetivo não é somente fazer traduções inteligíveis, mas também fazer com que seja atrativo para o público surdo. Não sabemos se quem vai assistir tem muita ou pouca fluência em Libras, se tem boa leitura em Português, e esses aspectos precisam ser considerados”, explica.
Foram testadas também as diferentes formas de posicionar as imagens da tradução na tela, inseridas no processo de edição dos vídeos. Além disso, com o início das traduções dos vídeos já em andamento, a equipe do LAbI passou a pensar as gravações já considerando o espaço para a Língua de Sinais. “Neste processo, fomos aprendendo quais as formas mais eficientes, e criando um modelo que ainda não é consolidado para as traduções de vídeos. Tivemos a oportunidade de experimentar diversas formas e aprender detalhes técnicos de produção audiovisual”, afirma Adauto Antônio Caramano, também técnico em tradução e interpretação.
Na avaliação da equipe responsável pelas traduções, a iniciativa contribui para a mudança na visão da acessibilidade como um apêndice, para passar a ser entendida como integrante do todo. “A acessibilidade costuma ser vista como uma coisa feia, que atrapalha o valor estético. Nós queremos trabalhar esta estética da acessibilidade, para que a tradução faça parte do vídeo”, afirma Silva. A iniciativa também contribui para a formação da equipe técnica de tradução e interpretação, que auxiliará estudantes do curso na sua formação para trabalhar com traduções de vídeos.

Fonte: Boletim da Reitoria 01/09/2016 (AECR/UFSCar)

Os vídeos podem ser acessados clicando  aqui  ou ainda diretamente em nosso canal no youtube